Com seu rosto angelical, uma menina de apenas 15 anos,
Repousa no leito e um hospital, em seus momentos derradeiros,
-Sua pele é branca como os lírios…
Sua tia (Dinda) está sentada ao lado, elas se olham,
– Com muita ternura e amor…
Ao seu redor, brilha uma luz cintilante, das asas um Querubim
– Que veem visitá-la…
E docemente ela pede, dinda canta comigo, com um sorriso encantador.
-Em Seus lábios
Tomadas de forte emoção elas cantam
–Sua canção predileta, A BARCA;
Junto a ti buscarei outro mar, sua voz doce e meiga,
– Vai além do martírio…
Transpondo, as barreiras, as cortinas e os véus,
– Como um afago de amor chega aos céus…
E face a face ela pode olhar nos olhos de seu bondoso amigo,
Neste momento o senhor pronuncia seu nome e a convida
– A velejar a seu lado, e cantar junto ao corô de seus Querubins,
-Sagrados delírios de amor…
Sonho ausente na sombra da morte, os poentes sepulcrais, envolvem,
– As paredes do quarto vazias…
Sopra o vento, o luar brilha longinquamente, alveja, embalsamando,
– A doce agonia…
Em um sonolento olhar. ela segura a mão de sua Dinda,
E se despedem, com amor ardente, deixando e
E levando saudades a espera quem sabe de um próximo encontro,
Calmamente dá o seu último suspiro,
ei-la morta como quem adormece,
– E seu sono Angelical…
Orlando Nogueira (O Poeta Carvoeiro)
Betim, 23 de Semtembro 2023