Sentei em tronco na beira da estrada, bem perto
– Da encosta da serra….
Na minha paragem e via as vantagens,
– Da minha terra…
Vejo a braquiária tão bela e viçoso,
– No solo argiloso…
Naquele lugar meu pai tinha feito um bananal,
agora virou invernada eu vejo
– As vacas no cocho de sal…
Vejo o tronco de cedro caído eu penso comigo,
– O que tempo faz….
Da nossa morada, não existe mais nada,
– Se quer nem sinal …
Lembro da minha infância, naquela pujança
Que tinha meu pai mesmo com face cansada
Mesmo com todo sofrimento ele tinha tempo
– Com gente brincar…
Meu era agregado e o patrão desalmado
– Mandou as suas terras desocupar…
Na carroceria de velho caminhão, ouvia
– As batidas do meu coração…
A triste partida me abre as feridas,
– Quando a despedida eu volto a lembrar
– Minha mãe do lado a nos confortar…
Na carroceria eu estava com medo de tudo,
– De tudo enfrentar…
Mas tinha comigo meu herói destemido
– Que me ensinou lutar…
Orlando Nogueira (O Poeta Carvoeiro)
Betim, 24 de junho de 2023
Nostalgia e saudade. Só a poesia pra remediar!
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